A condição de mulher foi o ponto para que Sophie Eugênia, de apenas 10 meses, fosse vítima de feminicídio, morta pelo próprio pai, João Augusto de Almeida, de 21 anos. Ela pode ser a mulher mais jovem do Brasil vítima do crime, sendo a mais jovem do Estado.
O delegado Rodolfo Daltro, que atendeu o caso, foi enfático: “Se ela [Sophie] fosse um menino, não teria morrido”. Sophie Eugênia foi esganada e teve o corpo queimado junto ao da mãe. Levantamentos feitos pelo Jornal Midiamax apontam que o crime cruel transformou a bebê na mulher mais jovem a ser vítima do crime de feminicídio, que foi tipificado em 2015.
O menosprezo pela condição de mulher foi o que tornou Sophie Eugênia a mulher mais jovem vítima do crime. Uma adolescente de 11 anos é a segunda mulher mais jovem a ser vítima do crime em MS. A garota foi assassinada em Dourados e teve o corpo encontrado em agosto de 2021, em uma pedreira. Ela foi estuprada e, para encobrir o crime, foi morta pelo tio.
A menina foi arremessada de uma altura de 20 metros. Quatro pessoas foram presa pelo crime. O Jornal Midiamax acionou a Sejusp (Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública), como também a Polícia Civil e o Judiciário, através da Coordenadoria da Mulher, para levantamentos de dados sobre idade de mulheres vítimas do crime de feminicídio, mas foi informado de que não haveria como ser realizado o levantamento.
Já no Brasil, a bebê de 1 ano Maya Simor foi morta pelo próprio pai, no Espírito Santo. A bebê tinha sinais de agressão. O crime aconteceu em maio deste ano, e o pai de Maya foi preso e indiciado por feminicídio.
O Lesfem (Laboratório de Estudos de Feminicídios) publicou dados em fevereiro deste ano que trazem Mato Grosso do Sul no 1º lugar de feminicídios consumados no país, com 12,6%. Em segundo lugar, vem Mato Grosso, com 11,6% por 100 mil mulheres habitantes.
Logo depois, figura Rondônia, com 11,3%; em seguida, surge o Acre, com 8,9%; e Roraima, com 7,1%. Os dados são referentes a janeiro a dezembro de 2024.
Já a arma mais usada por feminicidas para cometerem o crime é a arma branca, sendo seguida pela arma de fogo.
A tipificação do feminicídio no Brasil foi formalizada com a Lei nº 13.104/2015. Esta lei estabeleceu o feminicídio como qualificadora do crime de homicídio, definindo-o como o assassinato de uma mulher por razões de sua condição de sexo feminino.
Foram pouco mais de 36 minutos de depoimento em que João Augusto de Almeida, de 21 anos, detalhou de forma fria, sem demonstrar arrependimento, como ocorreram os assassinatos de Vanessa Eugênia e a bebê Sophie Eugênia, que tiveram os corpos carbonizados, em Campo Grande. João foi preso numa terça-feira (27 de maio), quando registrava um boletim de ocorrência pelo desaparecimento de mãe e filha.
O depoimento foi prestado ao delegado Rodolfo Daltro, titular da DHPP (Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa). João falou sobre o começo do relacionamento entre ele e Vanessa, quando se conheceram em um aplicativo de relacionamento e passaram a morar juntos, com dois meses de namoro.
Quando questionado sobre como era o relacionamento, João disse que era conturbado, que havia muitas brigas, discussões, que era ciumento e Vanessa não aceitava os pedidos de mudança de comportamento.
Quando Vanessa ficou grávida, João disse ter aceitado a gravidez, mas, depois que Sophie nasceu, ele revelou que passou a ter raiva da filha. Disse ter ódio quando a bebê completou dois meses. “Se eu não tivesse matado ela [Sophie], eu teria doado”.
Apesar de não estar sob efeito de nenhuma droga, João não demonstrou remorso algum pelos crimes. Ele ainda falou que Vanessa queria se separar logo após que a bebê nasceu, mas ele não aceitava o fim, já que temia que a pensão a ser paga pudesse ter um valor muito alto.
“Ela [Vanessa] disse que ia embora com a pequena e que ia fazer a Sophie me odiar e que, se alguma coisa acontecesse com ela, a bebê ficaria com minha cunhada”, disse João.
“Ele tinha desprezo pela condição de serem mulheres”, afirma o delegado Daltro. Conforme o relato de João, ele disse que não pagaria pensão para duas mulheres.
“Acho que se fosse um filho homem, ele não teria cometido o crime”, desabafou o delegado, ainda chocado com a frieza do rapaz, que nem sequer era usuário de drogas ou tinha passagens pela polícia. O que reforça, mais uma vez, que agressores não têm perfil, não têm cara e estão mais perto do que a gente pode imaginar.
Fonte: MidiamaxA condição de mulher foi o ponto para que Sophie Eugênia, de apenas 10 meses, fosse vítima de feminicídio, morta pelo próprio pai, João Augusto de Almeida, de 21 anos. Ela pode ser a mulher mais jovem do Brasil vítima do crime, sendo a mais jovem do Estado.
O delegado Rodolfo Daltro, que atendeu o caso, foi enfático: “Se ela [Sophie] fosse um menino, não teria morrido”. Sophie Eugênia foi esganada e teve o corpo queimado junto ao da mãe. Levantamentos feitos pelo Jornal Midiamax apontam que o crime cruel transformou a bebê na mulher mais jovem a ser vítima do crime de feminicídio, que foi tipificado em 2015.
O menosprezo pela condição de mulher foi o que tornou Sophie Eugênia a mulher mais jovem vítima do crime. Uma adolescente de 11 anos é a segunda mulher mais jovem a ser vítima do crime em MS. A garota foi assassinada em Dourados e teve o corpo encontrado em agosto de 2021, em uma pedreira. Ela foi estuprada e, para encobrir o crime, foi morta pelo tio.
A menina foi arremessada de uma altura de 20 metros. Quatro pessoas foram presa pelo crime. O Jornal Midiamax acionou a Sejusp (Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública), como também a Polícia Civil e o Judiciário, através da Coordenadoria da Mulher, para levantamentos de dados sobre idade de mulheres vítimas do crime de feminicídio, mas foi informado de que não haveria como ser realizado o levantamento.
Já no Brasil, a bebê de 1 ano Maya Simor foi morta pelo próprio pai, no Espírito Santo. A bebê tinha sinais de agressão. O crime aconteceu em maio deste ano, e o pai de Maya foi preso e indiciado por feminicídio.
O Lesfem (Laboratório de Estudos de Feminicídios) publicou dados em fevereiro deste ano que trazem Mato Grosso do Sul no 1º lugar de feminicídios consumados no país, com 12,6%. Em segundo lugar, vem Mato Grosso, com 11,6% por 100 mil mulheres habitantes.
Logo depois, figura Rondônia, com 11,3%; em seguida, surge o Acre, com 8,9%; e Roraima, com 7,1%. Os dados são referentes a janeiro a dezembro de 2024.
Já a arma mais usada por feminicidas para cometerem o crime é a arma branca, sendo seguida pela arma de fogo.
A tipificação do feminicídio no Brasil foi formalizada com a Lei nº 13.104/2015. Esta lei estabeleceu o feminicídio como qualificadora do crime de homicídio, definindo-o como o assassinato de uma mulher por razões de sua condição de sexo feminino.
Foram pouco mais de 36 minutos de depoimento em que João Augusto de Almeida, de 21 anos, detalhou de forma fria, sem demonstrar arrependimento, como ocorreram os assassinatos de Vanessa Eugênia e a bebê Sophie Eugênia, que tiveram os corpos carbonizados, em Campo Grande. João foi preso numa terça-feira (27 de maio), quando registrava um boletim de ocorrência pelo desaparecimento de mãe e filha.
O depoimento foi prestado ao delegado Rodolfo Daltro, titular da DHPP (Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa). João falou sobre o começo do relacionamento entre ele e Vanessa, quando se conheceram em um aplicativo de relacionamento e passaram a morar juntos, com dois meses de namoro.
Quando questionado sobre como era o relacionamento, João disse que era conturbado, que havia muitas brigas, discussões, que era ciumento e Vanessa não aceitava os pedidos de mudança de comportamento.
Quando Vanessa ficou grávida, João disse ter aceitado a gravidez, mas, depois que Sophie nasceu, ele revelou que passou a ter raiva da filha. Disse ter ódio quando a bebê completou dois meses. “Se eu não tivesse matado ela [Sophie], eu teria doado”.
Apesar de não estar sob efeito de nenhuma droga, João não demonstrou remorso algum pelos crimes. Ele ainda falou que Vanessa queria se separar logo após que a bebê nasceu, mas ele não aceitava o fim, já que temia que a pensão a ser paga pudesse ter um valor muito alto.
“Ela [Vanessa] disse que ia embora com a pequena e que ia fazer a Sophie me odiar e que, se alguma coisa acontecesse com ela, a bebê ficaria com minha cunhada”, disse João.
“Ele tinha desprezo pela condição de serem mulheres”, afirma o delegado Daltro. Conforme o relato de João, ele disse que não pagaria pensão para duas mulheres.
“Acho que se fosse um filho homem, ele não teria cometido o crime”, desabafou o delegado, ainda chocado com a frieza do rapaz, que nem sequer era usuário de drogas ou tinha passagens pela polícia. O que reforça, mais uma vez, que agressores não têm perfil, não têm cara e estão mais perto do que a gente pode imaginar.