A morte de Simone da Silva, de 35 anos, ganhou contornos ainda mais cruéis com um gesto do assassino após o crime: segundo familiares, William Megaioli Ebbing, de 22 anos, tirou uma foto da vítima morta no chão da própria casa e compartilhou a imagem em grupos de WhatsApp, com visualização única. “Quando a gente chegou na casa, a cidade toda já sabia. A imagem se espalhou', contou, revoltada, uma cunhada de Simone.

O crime ocorreu na manhã desta quarta-feira (14), no Bairro Jardim Boa Vista, em Itaquiraí, a 405 quilômetros de Campo Grande. Simone foi assassinada a tiros enquanto dormia no sofá da sala. Os dois filhos da vítima, uma menina de 9 e um adolescente de 14 anos, ouviram os disparos e se trancaram no quarto. A cunhada da vítima, uma professora de 38 anos que conversou com o Campo Grande News, contou que o menino ainda ouviu a mãe gritar “para', antes do silêncio tomar conta da casa. Ele saiu do quarto e a encontrou caída.

Foi o próprio adolescente quem ligou para a tia, desesperado, usando o celular da mãe. “Ele gritava: ‘Vem aqui, mataram a minha mãe, vem rápido’. Foi horrível', relembra a mulher.

Além da violência do crime, a dor da família aumentou com a atitude de William após o assassinato. A cunhada da vítima relatou que ele fotografou o corpo de Simone e enviou a imagem em um grupo de amigos. “A cidade inteira ficou sabendo antes mesmo da polícia chegar'.

Simone e William mantinham uma relação familiar complexa. Segundo a cunhada, eles eram primos de segundo grau. “William é filho de uma prima de primeiro grau da Simone. A mãe dele espalhava que ela tinha um caso com o pai do William, mas nunca provou nada', disse. Ainda conforme a familiar, o ambiente dentro da casa era marcado por anos de brigas, que se intensificaram nas últimas semanas. “Ele (pai) bebia muito. O menino via tudo'.

Depois do crime, William fugiu do local, mas se apresentou horas depois na 1ª Delegacia de Polícia de Naviraí, acompanhado de uma advogada. Ele entregou o revólver calibre .38 usado na execução, com duas munições deflagradas. O caso foi registrado como feminicídio com agravante, além de porte ilegal de arma de fogo.

“Não tem mais família. Agora é cada um para o seu lado', lamentou a cunhada.